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‘Dama do Crime’ ocupava topo da hierarquia do PCC no Tocantins e comandava operações milionárias, diz polícia

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Lúcia Gabriela Rodrigues Bandeira foi presa suspeita de tráfico de drogas e organização criminosa — Foto: Reprodução

Uma operação da Polícia Civil do Tocantins desarticulou uma célula do Primeiro Comando da Capital (PCC) que atuava no estado. De acordo com as investigações, Lúcia Gabriela Rodrigues Bandeira, conhecida como “Dama do Crime”, era responsável por intermediar a relação entre traficantes locais e a facção paulista. Além disso, ela teria papel fundamental na administração financeira do grupo criminoso.

A Operação Asfixia, realizada nesta terça-feira (4), resultou na prisão de 15 pessoas, sendo dez no Tocantins e cinco no estado de São Paulo. Além das detenções, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão e 20 ordens de bloqueio de contas bancárias ligadas ao esquema.

De acordo com a Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc), a organização criminosa movimentou cerca de R$ 20 milhões nos últimos dois anos por meio do tráfico de drogas e da lavagem de dinheiro.

A Polícia Civil também identificou que o grupo criminoso importava armas da Turquia para abastecer facções em diferentes estados. As investigações apontam que armas enviadas para o Tocantins foram utilizadas em homicídios na capital Palmas durante o primeiro semestre de 2023.

Os investigadores descobriram que a célula do PCC no Tocantins operava com uma estrutura hierárquica organizada, semelhante a uma empresa. O grupo mantinha setores responsáveis por diferentes funções, incluindo gerência, transporte, finanças e auditoria de vendas.

Um dos principais esquemas administrados por Lúcia era um consórcio de traficantes locais chamado “Lojistas Tocantins”. Nesse sistema, os revendedores adquiriram drogas coletivamente da facção e repassavam os lucros por meio de um sistema controlado pela liderança.

A polícia também identificou conversas onde a suspeita cobrava relatórios diários das vendas e organizava auditorias entre os participantes. Além da administração financeira, as mensagens revelaram que ela ordenava ataques contra rivais para garantir o controle do tráfico.

Lúcia Gabriela já havia sido presa em julho de 2024, quando foi encontrada com R$ 300 mil em drogas. Na época, conseguiu liberdade após argumentar que era a única responsável pelo filho de quatro anos. Em dezembro, foi novamente detida, mas continuou sendo investigada por comandar atividades da facção de dentro da prisão.

Agora, com a nova ordem de prisão preventiva, a Polícia Civil busca aprofundar as investigações sobre o funcionamento da organização criminosa e seus financiadores. A defesa da suspeita informou que está analisando as novas acusações e deve se pronunciar nos próximos dias.

O delegado Alexander Costa, responsável pela operação, explicou que o objetivo principal da ação é desestruturar financeiramente a célula criminosa no Tocantins. “As contas bloqueadas interrompem o fluxo financeiro da lavagem de dinheiro, dificultando a continuidade do esquema”, afirmou. As investigações continuam para localizar dois suspeitos que seguem foragidos e identificar outros integrantes do grupo criminoso que operavam no estado.

Fonte: G1 Tocantins